Nem sempre é fácil vender um carro usado. Dependendo da liquidez do mercado e da idade do veículo, pode ser bastante difícil fazer a venda. No atual momento de crise deve haver migração da compra de carros zero quilometro, cujas vendas já caíram, para automóveis usados. Mas, encontrado o comprador é sempre preciso cautela para fechar o negócio, mesmo que o ele seja uma loja revendedora ou concessionária. De outro lado, claro, por parte do comprador, há, também, cuidados que precisam ser tomados.
As dicas a seguir mostram as dificuldades da venda, a necessidade de verificação da qualidade na compra, bem como as garantias existentes e os cuidados a serem tomados.
• Divulgação para venda
Para vender use todas as formas de divulgação ao seu dispor:
Ê anuncie nos jornais: pense no valor do seu carro e no tipo de pessoas que lêem o jornal; tente anunciar no jornal dirigido ao público-alvo que se interessaria por um veículo como o seu;
Ê avise a todos os seus amigos, vizinhos, parentes, colegas de trabalho e de faculdade que você está vendendo seu carro;
Ê havendo mural de anúncios no seu trabalho ou na faculdade, utilize-o;
Ê da mesma forma, se existirem jornais de circulação interna no trabalho ou na faculdade, faça o anúncio;
Ê cartaz no vidro do carro também ajuda.
• Aparência do veículo
Cuide da aparência do carro: mostre-o lavado, de preferência faça uma lavagem completa e, se a tinta não estiver brilhando, faça um polimento. Deixe-o, portanto, arrumado e limpo.
• Não esconda problemas
Cheque os itens básicos, tais como regulagem, circuito elétrico (lâmpadas internas, faróis etc), barulhos incômodos. Não esconda, contudo, eventuais problemas graves. Você pode depois até ser acionado judicialmente. O correto é apontar os defeitos e dar desconto no preço.
• O que fazer na compra
Se você vai comprar, procure dirigir o veículo, para ver se você percebe algum problema. E, de preferência, leve um mecânico de confiança para examinar o automóvel, antes de comprá-lo.
Cheque e compare a idade do veículo com desgaste, quilometragem e condições do motor. Pergunte a profissão do vendedor, se ele anda muito com o carro etc., e faça um cálculo para ver se a quilometragem é adequada. Verifique as condições dos pneus, dos amortecedores etc.
• Cheque preços
Compare os preços médios dos jornais (use mais de um), anote os preços, leve em consideração as condições reais do carro: peças originais de fábrica; acessórios colocados depois; funilaria feita por batidas havidas; serviços que precisam ser feitos etc.
Faça um cálculo de desconto ou acréscimo em relação ao preço médio dos jornais.
• Venda rápida
Se você quiser vender rápido, mostre ao comprador a operação acima e dê um desconto.
• Compra com desconto
Se você quer fazer um bom negócio de compra e tem dinheiro na mão, mostre a mesma operação e ofereça preço menor do que o pedido.
• Troca de veículos
Na troca de veículos, a checagem das condições deve ser feita por ambos os lados.
• Quando entra o Código de Defesa do Consumidor (CDC)
As regras do CDC não se aplicam a compra e venda feita entre particulares, isto é, na compra e venda feita entre um consumidor e outro nem na venda feita pelo consumidor à uma loja ou concessionária.
Nas compras de carros usados feitas em lojas de revenda e nas concessionárias, aplicam-se todas as regras do CDC.
• Prazo de garantia
Se o prazo de garantia de fábrica do veículo usado não foi ultrapassado, ele continua valendo ainda para o novo proprietário. Se o veículo já teve expirado o prazo de garantia de fábrica, mas é um usado vendido por loja de veículos ou concessionária há uma garantia fixada pelo CDC.
A garantia legal para reclamações contra vícios é de noventa dias, prazo este que começa a correr da data da entrega do carro. Essa garantia vale mesmo que esses vendedores digam que não a estão oferecendo.
A responsabilidade pelo funcionamento normal do veículo durante os noventa dias é do vendedor. Só não está garantido o desgaste natural das peças, que em veículos usados pode ser mais acelerado e, dependendo do componente, pode ser bastante grande como, por exemplo, pneus, amortecedores, molas etc.
• Os riscos na venda e compra
Veja agora os riscos ao encontrar o comprador e ao vender o veículo.
• Dados do Departamento de Trânsito
Como comprador é preciso, antes de comprar o automóvel, verificar junto ao Departamento de Trânsito se o veículo está livre para venda (se não há comunicação de furto/roubo, pedido de busca e apreensão ou outra comunicação judicial que impeça a venda) bem como se há multas e qual o valor (em algumas localidades é possível obter as informações por telefone). Um despachante pode fazer esse serviço.
• Pagamento com cheque
Para vender é necessário saber se o cheque tem fundos. Cheques administrativos diminuem o risco, que só existe se forem falsificados. É bom checar a validade do cheque administrativo, ligando para o banco com o cheque em mãos.
• Reconhecimento de firma pessoalmente
A transferência em alguns Estados, como São Paulo, deve ser feita com firma reconhecida no Certificado de Registro de Veículo – CRV em Cartório, com a presença física do vendedor.
• Registro do Certificado de Registro de Veículo – CRV – no Departamento de Trânsito
Logo após a venda, deve o documento de transferência ser entregue ao Departamento de Trânsito para a transferência do nome do proprietário nos registros daquele órgão. O serviço pode ser feito por despachante.
O importante é que seja feito de imediato, pois enquanto o nome não é transferido, qualquer ocorrência de trânsito, tais como multas ou acidentes são imputadas ao proprietário com registro naquele órgão de trânsito.
• Tire cópia autenticada do Certificado de Registro de Veículo – CRV
Também por isso deve o vendedor, após reconhecer firma do documento válido para transferência, tirar cópia autenticada dele e guardá-lo consigo. Mas, o importante é certificar-se que a transferência no Departamento de Trânsito foi feita.
• Documento adicional
Além disso, deve-se fazer um outro documento de compra e venda, onde conste a descrição do automóvel, nome, endereço, CPF, RG do vendedor e do comprador, o preço da venda e a forma de pagamento e a responsabilidade do vendedor por multas relativas a períodos anteriores à data da venda e que apareçam depois.
• IPVA e demais taxas
O valor do IPVA, taxas, seguro obrigatório e do licenciamento devem também ser levados em consideração na composição do preço. Se o carro acabou de ser licenciado e, por exemplo, o negócio está sendo feito nos meses iniciais do ano, o comprador não terá que fazer qualquer desembolso até o ano seguinte. Leve isso em consideração.
• Seguro
No que diz respeito ao seguro de veículo e sua possível transferência, o comprador deve tomar muito cuidado.
Se a cobertura do seguro estiver de alguma forma sendo negociada, antes de fechar o negócio converse com a corretora que fez o seguro (o nome consta da apólice ou se obtém o nome da corretora ligando para a seguradora) e pergunte quais são as condições para a transferência e quais são os procedimentos a serem adotados (troca de correspondência, nova vistoria, dados cadastrais, etc.).
É importante também perguntar e saber se o prêmio do seguro está sendo pago em dia.
• Não faça nada “de boca”
Nada deve ser feito “de boca”, isto é, verbalmente.
• Guarde os documentos
Toda documentação envolvendo a transação, inclusive anúncio do jornal, deve ser guardada.
Um comentário:
Muito bom e orientador. Bendita a internet onde encontro conteúdo que me ajuda e muito para evitar prejuizos e dor de cabeça no futuro.
Muito obrigada
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